Comissão da Câmara debate sobre saúde mental com secretário municipal e associação de psicólogos

Comissão da Câmara debate sobre saúde mental com secretário municipal e associação de psicólogos

18 DE Agosto DE 2023
  • Comissões Legislativas Permanentes
  • 2023

  • A Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores realizou, na manhã desta quinta-feira (17), uma reunião extraordinária com o secretário municipal da pasta, Marcelo Lanzarin, e técnicos da secretaria, juntamente com representantes da Associação Comunitária de Saúde Mental (COMUNS) para tratar sobre a democratização do acesso à saúde mental no município. Estiveram presentes os vereadores que compõem a comissão, o presidente Bruno Cunha (Cidadania); a vice-presidente Cristiane Loureiro (Podemos) e o relator João Beltrame (Podemos). 


    O presidente Bruno Cunha explicou que o objetivo da reunião foi apresentar o trabalho desenvolvido pelo grupo, fazer a conexão entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo na promoção do debate da saúde mental e avançar nesta questão dentro do município. “Observamos no dia a dia do nosso trabalho como parlamentar como esta temática é importante e séria de ser tratada e como é uma demanda crescente, são vários os casos de depressão e suicídio no município”, apontou. Lembrou que durante a reunião foram trazidos dados e números dos atendimentos da administração pública e foi falado da necessidade de fazer parcerias e envolver toda a sociedade. 


    Os representantes da Associação Comunitária de Saúde Mental (COMUNS) explicaram que o grupo foi criado há dois anos e é formado por oito psicólogos, que haviam recém-saído da universidade, mas que, atualmente, já possuem diferentes tipos de experiências na área da Psicologia. Apontaram que o grupo surgiu com o intuito de debater e atuar na questão da democratização do acesso à saúde mental e na defesa da promoção da saúde, priorizando a prevenção, ao invés do uso de medicamentos e da realização de internações. 


    Apontaram que é perceptível que o acesso à saúde mental é uma questão muito elitizada em que os custos para o atendimento e tratamento são altos, por isso trabalhar com a democratização. “Desde a formação do grupo já tínhamos uma preocupação em relação a alta demanda de casos de saúde mental no município de Blumenau. A estrutura de serviço especializado para trabalhar com atendimento psicológico e os profissionais de saúde mental que estão nas unidades básicas de saúde não dão conta do grande número de pessoas. Isso não é uma realidade só de Blumenau, mas uma realidade nacional. Sabemos que, muitas vezes, as pessoas que chegam às unidades básicas de saúde já estão em um nível de adoecimento já estabelecido com casos agravados de saúde mental e essas unidades precisam trabalhar com situações complexas e não dão conta de trabalhar a promoção da saúde e a psicoeducação. Por isso, criamos o grupo, com o objetivo de oferecer um acesso democrático à saúde mental e trabalhar nesta prevenção”, apontou uma das integrantes do grupo, Ana Carolina Friggi, que esteve presente na reunião. 


    Além do acesso ao serviço, o grupo enfatizou que seu maior objetivo é trabalhar com uma estratégia forte e consolidada na promoção da saúde mental, priorizando a prevenção. Salientaram a necessidade de trabalhar em promover uma estratégia de promoção de saúde com foco comunitário, na criação de vínculo com as comunidades e nos bairros, atrelado ao Sistema Único de Saúde, com o intuito de prevenir o adoecimento psíquico da população.


    Ana Carolina Friggi ressaltou que o coletivo pretende trabalhar esta questão da democratização e da prevenção da saúde mental de duas formas. “Uma das metodologias do nosso trabalho é através do vínculo comunitário, ou seja, estar dentro das comunidades, fortalecendo os vínculos comunitários e fazendo a promoção de saúde e também o trabalho da psicoeducação. Já a outra maneira que estão pensando para desenvolver nosso trabalho é colocar o nosso grupo de profissionais para realizar atendimentos em grupo de forma itinerante, através de um valor acessível, e dar acesso às pessoas que estão em sofrimento para possam ser atendidas em encontros semanais, identificando a demanda da população, com o objetivo de prevenir o agravamento e o adoecimento mental”, explicou, enfatizando que a ideia é ser um serviço complementar ao SUS. A representante da COMUNS, Ana Carolina, demonstrou preocupação com o credenciamento com as clínicas especializadas, apontando que, muitas vezes, a periodicidade de atendimento ao paciente com os psicólogos não é a adequada. 


    O secretário municipal de Saúde, Marcelo Lanzarin, apresentou o trabalho da saúde mental no município. “Quando eu retornei para a Secretaria de Saúde, no ano passado, nós tínhamos sete mil pessoas esperando uma primeira avaliação com psicólogo na rede Municipal de Saúde. Como ação, nós abrimos credenciamento para clínicas privadas especializadas poderem fazer esse atendimento. Hoje contamos com três clínicas que prestam serviço e estão credenciadas à Secretaria de Saúde, ofertando em torno de 3 mil atendimentos por mês. Quando o paciente acessar o serviço ele vai ter pelo menos 14 avaliações antes de receber alta ou a orientação de que ele deve continuar em acompanhamento”, informou. Lanzarin também comentou a situação delicada de Santa Catarina, especificamente do Vale Europeu. “Infelizmente, esta região se destaca negativamente quando nós temos um dos maiores índices de suicídio do Brasil”, lamentou. 


    Um desafio apontado pelo secretário na questão da saúde, que afeta também a área da saúde mental, e que, segundo ele, necessita de uma discussão aprofundada seria o subfinanciamento do SUS. Outro ponto que defendeu e que disse que precisa ser discutido na sociedade é a questão de um serviço especializado e de referência para o acompanhamento e atendimento de pessoas adoecidas com transtorno mental que precisam de internação psiquiátrica. “Precisamos discutir a viabilização e estruturação de hospitais de pequeno porte para receber o paciente que, caso necessite deste atendimento, tenha profissionais especializados disponíveis para fazer esse cuidado e que esse paciente possa ser assistido e reinserido mais rapidamente no acompanhamento ambulatorial”, defendeu. 


    Disse que a mais de 20 anos atrás ocorreu uma reforma psiquiátrica no país que trouxe avanços e colocou fim aos manicômios. “É inegável os avanços que essa reforma trouxe, pois, esses locais eram verdadeiros depósitos de pessoas que ficavam vagando dentro de um serviço que não era efetivo e essas pessoas eram simplesmente abandonadas”, lembrou. Mas opinou que a reforma psiquiátrica também trouxe a premissa de acabar com as internações psiquiátricas em hospitais de referência e trouxe a premissa de que este paciente deveria ser assistido no âmbito de um hospital geral, junto com os demais pacientes. “A justificativa é de que essas pessoas não poderiam ser estigmatizadas estando dentro de uma instituição que trata problemas psiquiátricos, e sendo atendidas em hospitais gerais acaba acarretando em dificuldade e carência em leitos psiquiátricos nos hospitais. Eu defendo que nós precisamos avançar nesta questão. Obviamente que o tratamento ambulatorial precisa ser priorizado, mas se eventualmente precisar fazer um tratamento de um paciente que está em surto, esse paciente necessita de um atendimento especializado para depois dar seguimento ao tratamento ambulatorial, como já existem outros centros de referência para outras áreas e patologias da saúde", salientou, dizendo que, hoje, Blumenau conta com o Hospital da Vila Itoupava como referência na internação.


    A representante da COMUNS enfatizou a importância desta reunião para buscar o contato e o apoio do poder público, seja do Poder Executivo ou da Câmara de Vereadores, a fim de estabelecer parcerias e servir de apoio nas ações da associação. “Nós podemos estar de forma itinerante nas comunidades, como por exemplo, nas associações de moradores. Neste momento, nós estamos em busca de um local para iniciar os nossos grupos e receber a demanda da população. Todo o apoio e parceria são sempre bem-vindos”, concluiu, dizendo que o coletivo está à disposição para o diálogo e para a construção deste trabalho. 


    Por fim, Marcelo Lanzarin, enalteceu a importância desta reunião para conhecer o trabalho desenvolvido pelo COMUNS. Apontou que é sempre importante contar com o apoio de outras entidades e serviços que se somam às ações e aos serviços públicos de saúde. “Colocamos a Secretaria de Saúde e os nossos profissionais à disposição para que possamos de alguma maneira criar as condições para que a parceria avance nesse trabalho. Quem sabe Blumenau possa servir mais uma vez de referência”, salientou.


    Os vereadores também demonstraram apoio ao grupo e se colocaram à disposição para continuar este debate e buscar estratégias na democratização e promoção da saúde mental no município. “Foi um encontro muito produtivo e eu acredito neste diálogo e na união de esforços para a construção de mais mecanismos preventivos dentro desta temática, pois é uma triste realidade e os números de casos de depressão e suicídio são crescentes, e, por isso, precisamos de todos os esforços, dos profissionais de saúde, dos técnicos, dos parlamentares e de toda a sociedade envolvida para enfrentar este assunto”, pontuou o vereador Bruno Cunha. 


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    O álbum de fotos da reunião 

    O vídeo completo da reunião










    Fonte: Assessoria de Imprensa CMB | Foto: Denner Ovidio | Imprensa CMB


    Comissão da Câmara debate sobre saúde mental com secretário municipal e associação de psicólogos

    Comissão da Câmara debate sobre saúde mental com secretário municipal e associação de psicólogos

    18 DE Agosto DE 2023
  • Comissões Legislativas Permanentes
  • 2023
  • A Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores realizou, na manhã desta quinta-feira (17), uma reunião extraordinária com o secretário municipal da pasta, Marcelo Lanzarin, e técnicos da secretaria, juntamente com representantes da Associação Comunitária de Saúde Mental (COMUNS) para tratar sobre a democratização do acesso à saúde mental no município. Estiveram presentes os vereadores que compõem a comissão, o presidente Bruno Cunha (Cidadania); a vice-presidente Cristiane Loureiro (Podemos) e o relator João Beltrame (Podemos). 


    O presidente Bruno Cunha explicou que o objetivo da reunião foi apresentar o trabalho desenvolvido pelo grupo, fazer a conexão entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo na promoção do debate da saúde mental e avançar nesta questão dentro do município. “Observamos no dia a dia do nosso trabalho como parlamentar como esta temática é importante e séria de ser tratada e como é uma demanda crescente, são vários os casos de depressão e suicídio no município”, apontou. Lembrou que durante a reunião foram trazidos dados e números dos atendimentos da administração pública e foi falado da necessidade de fazer parcerias e envolver toda a sociedade. 


    Os representantes da Associação Comunitária de Saúde Mental (COMUNS) explicaram que o grupo foi criado há dois anos e é formado por oito psicólogos, que haviam recém-saído da universidade, mas que, atualmente, já possuem diferentes tipos de experiências na área da Psicologia. Apontaram que o grupo surgiu com o intuito de debater e atuar na questão da democratização do acesso à saúde mental e na defesa da promoção da saúde, priorizando a prevenção, ao invés do uso de medicamentos e da realização de internações. 


    Apontaram que é perceptível que o acesso à saúde mental é uma questão muito elitizada em que os custos para o atendimento e tratamento são altos, por isso trabalhar com a democratização. “Desde a formação do grupo já tínhamos uma preocupação em relação a alta demanda de casos de saúde mental no município de Blumenau. A estrutura de serviço especializado para trabalhar com atendimento psicológico e os profissionais de saúde mental que estão nas unidades básicas de saúde não dão conta do grande número de pessoas. Isso não é uma realidade só de Blumenau, mas uma realidade nacional. Sabemos que, muitas vezes, as pessoas que chegam às unidades básicas de saúde já estão em um nível de adoecimento já estabelecido com casos agravados de saúde mental e essas unidades precisam trabalhar com situações complexas e não dão conta de trabalhar a promoção da saúde e a psicoeducação. Por isso, criamos o grupo, com o objetivo de oferecer um acesso democrático à saúde mental e trabalhar nesta prevenção”, apontou uma das integrantes do grupo, Ana Carolina Friggi, que esteve presente na reunião. 


    Além do acesso ao serviço, o grupo enfatizou que seu maior objetivo é trabalhar com uma estratégia forte e consolidada na promoção da saúde mental, priorizando a prevenção. Salientaram a necessidade de trabalhar em promover uma estratégia de promoção de saúde com foco comunitário, na criação de vínculo com as comunidades e nos bairros, atrelado ao Sistema Único de Saúde, com o intuito de prevenir o adoecimento psíquico da população.


    Ana Carolina Friggi ressaltou que o coletivo pretende trabalhar esta questão da democratização e da prevenção da saúde mental de duas formas. “Uma das metodologias do nosso trabalho é através do vínculo comunitário, ou seja, estar dentro das comunidades, fortalecendo os vínculos comunitários e fazendo a promoção de saúde e também o trabalho da psicoeducação. Já a outra maneira que estão pensando para desenvolver nosso trabalho é colocar o nosso grupo de profissionais para realizar atendimentos em grupo de forma itinerante, através de um valor acessível, e dar acesso às pessoas que estão em sofrimento para possam ser atendidas em encontros semanais, identificando a demanda da população, com o objetivo de prevenir o agravamento e o adoecimento mental”, explicou, enfatizando que a ideia é ser um serviço complementar ao SUS. A representante da COMUNS, Ana Carolina, demonstrou preocupação com o credenciamento com as clínicas especializadas, apontando que, muitas vezes, a periodicidade de atendimento ao paciente com os psicólogos não é a adequada. 


    O secretário municipal de Saúde, Marcelo Lanzarin, apresentou o trabalho da saúde mental no município. “Quando eu retornei para a Secretaria de Saúde, no ano passado, nós tínhamos sete mil pessoas esperando uma primeira avaliação com psicólogo na rede Municipal de Saúde. Como ação, nós abrimos credenciamento para clínicas privadas especializadas poderem fazer esse atendimento. Hoje contamos com três clínicas que prestam serviço e estão credenciadas à Secretaria de Saúde, ofertando em torno de 3 mil atendimentos por mês. Quando o paciente acessar o serviço ele vai ter pelo menos 14 avaliações antes de receber alta ou a orientação de que ele deve continuar em acompanhamento”, informou. Lanzarin também comentou a situação delicada de Santa Catarina, especificamente do Vale Europeu. “Infelizmente, esta região se destaca negativamente quando nós temos um dos maiores índices de suicídio do Brasil”, lamentou. 


    Um desafio apontado pelo secretário na questão da saúde, que afeta também a área da saúde mental, e que, segundo ele, necessita de uma discussão aprofundada seria o subfinanciamento do SUS. Outro ponto que defendeu e que disse que precisa ser discutido na sociedade é a questão de um serviço especializado e de referência para o acompanhamento e atendimento de pessoas adoecidas com transtorno mental que precisam de internação psiquiátrica. “Precisamos discutir a viabilização e estruturação de hospitais de pequeno porte para receber o paciente que, caso necessite deste atendimento, tenha profissionais especializados disponíveis para fazer esse cuidado e que esse paciente possa ser assistido e reinserido mais rapidamente no acompanhamento ambulatorial”, defendeu. 


    Disse que a mais de 20 anos atrás ocorreu uma reforma psiquiátrica no país que trouxe avanços e colocou fim aos manicômios. “É inegável os avanços que essa reforma trouxe, pois, esses locais eram verdadeiros depósitos de pessoas que ficavam vagando dentro de um serviço que não era efetivo e essas pessoas eram simplesmente abandonadas”, lembrou. Mas opinou que a reforma psiquiátrica também trouxe a premissa de acabar com as internações psiquiátricas em hospitais de referência e trouxe a premissa de que este paciente deveria ser assistido no âmbito de um hospital geral, junto com os demais pacientes. “A justificativa é de que essas pessoas não poderiam ser estigmatizadas estando dentro de uma instituição que trata problemas psiquiátricos, e sendo atendidas em hospitais gerais acaba acarretando em dificuldade e carência em leitos psiquiátricos nos hospitais. Eu defendo que nós precisamos avançar nesta questão. Obviamente que o tratamento ambulatorial precisa ser priorizado, mas se eventualmente precisar fazer um tratamento de um paciente que está em surto, esse paciente necessita de um atendimento especializado para depois dar seguimento ao tratamento ambulatorial, como já existem outros centros de referência para outras áreas e patologias da saúde", salientou, dizendo que, hoje, Blumenau conta com o Hospital da Vila Itoupava como referência na internação.


    A representante da COMUNS enfatizou a importância desta reunião para buscar o contato e o apoio do poder público, seja do Poder Executivo ou da Câmara de Vereadores, a fim de estabelecer parcerias e servir de apoio nas ações da associação. “Nós podemos estar de forma itinerante nas comunidades, como por exemplo, nas associações de moradores. Neste momento, nós estamos em busca de um local para iniciar os nossos grupos e receber a demanda da população. Todo o apoio e parceria são sempre bem-vindos”, concluiu, dizendo que o coletivo está à disposição para o diálogo e para a construção deste trabalho. 


    Por fim, Marcelo Lanzarin, enalteceu a importância desta reunião para conhecer o trabalho desenvolvido pelo COMUNS. Apontou que é sempre importante contar com o apoio de outras entidades e serviços que se somam às ações e aos serviços públicos de saúde. “Colocamos a Secretaria de Saúde e os nossos profissionais à disposição para que possamos de alguma maneira criar as condições para que a parceria avance nesse trabalho. Quem sabe Blumenau possa servir mais uma vez de referência”, salientou.


    Os vereadores também demonstraram apoio ao grupo e se colocaram à disposição para continuar este debate e buscar estratégias na democratização e promoção da saúde mental no município. “Foi um encontro muito produtivo e eu acredito neste diálogo e na união de esforços para a construção de mais mecanismos preventivos dentro desta temática, pois é uma triste realidade e os números de casos de depressão e suicídio são crescentes, e, por isso, precisamos de todos os esforços, dos profissionais de saúde, dos técnicos, dos parlamentares e de toda a sociedade envolvida para enfrentar este assunto”, pontuou o vereador Bruno Cunha. 


    Veja Também

    O álbum de fotos da reunião 

    O vídeo completo da reunião










    Fonte: Assessoria de Imprensa CMB | Foto: Denner Ovidio | Imprensa CMB