
Câmara Mirim promove seminário sobre ansiedade e depressão nas escolas no Plenário da Câmara
A Câmara Mirim de Blumenau realizou na manhã desta quarta-feira (21) o Seminário "Saindo do Casulo: como lidar com a ansiedade e a depressão nas escolas". O evento é uma parceria com a Escola do Legislativo Fritz Müller e contou com o apoio técnico do psicólogo da Secretaria de Promoção da Saúde, Antônio Gomes da Rosa. O seminário aconteceu no plenário da Câmara de Vereadores e contou com a presença de diversas autoridades, entre elas, alunos, professores, diretores, coordenadores de algumas unidades escolares do município. Também estiveram presentes vereadores e ex-vereadores mirins, profissionais da Saúde, representantes da Secretaria Municipal de Saúde, de Educação e demais áreas.
O objetivo desse seminário foi contribuir com o ‘Setembro Amarelo’, movimento de prevenção ao suicídio. A ideia de criação do projeto surgiu através da coordenação da Câmara Mirim, pois desde o início desta legislatura os vereadores mirins compartilham e observam situações diárias de crises de ansiedade e depressão nas unidades escolares, ouvindo relatos que envolvem estudantes e profissionais da educação.
A programação do seminário foi dividida em duas etapas. A primeira mesa dos trabalhos teve como temática “Saúde mental na adolescência" e foi dirigida pela vereadora mirim Maria Eduarda Coelho, aluna da EEB Professor João Widemann. Contou com a mensagem da vereadora mirim Amanda Eduarda Ferreira, da Escola de Educação Básica Cívico-Militar Pedro Christiano Feddersen, além das palestras da voluntária do Centro de Valorização da Vida (CVV) de Blumenau, Zita Darugna e da neuropediatra, Dra. Lenise Pontes Freitas.
A segunda etapa do seminário prosseguiu com mesa de trabalhos intitulada "Como lidar com a ansiedade e a depressão na escola". A mesa foi conduzida pela presidente mirim Helena Pereira Lima, da Escola Básica Municipal Bilíngue Professor Oscar Unbehaun e contou com as palestras do psicólogo da Secretaria de Promoção da Saúde, Antônio Gomes da Rosa e da psicóloga e psicodramatista, Juliana dos Santos.
A vereadora mirim Maria Eduarda Coelho deu sua visão, como vereadora mirim e estudante, sobre o transtorno da ansiedade e como lida no dia a dia. Ela admitiu que já teve crises de ansiedade e faz terapia, mas também coletou depoimentos com percepções e sentimentos dos colegas parlamentares mirins, de alunos de várias escolas e dos pais para o seu depoimento.
A voluntária do CVV de Blumenau, Zita Darugna, explanou o trabalho do Centro de Valorização da Vida (CVV) e sobre a importância do trabalho voluntário que é feito. Zita explicou que o Centro é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica que foi fundada em São Paulo, em 1962, que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e de prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. São realizados anualmente mais de 3 milhões de atendimentos por cerca de 4 mil voluntários em todo o Brasil. Em 2021 foram realizados 3,6 milhões de atendimentos, que são realizados pelo telefone gratuito 188, pessoalmente, pelos mais de 120 postos, ou pelo site cvv.org.br, por meio do chat ou e-mail. Ela reforçou ser uma associação reconhecida de utilidade pública em todas as esferas. “No CVV, a nossa missão é escutar com nossos ouvidos e também com nossos olhos e o coração para que aconteça a conexão com a outra pessoa, para que a empatia possa acontecer”.
Ela também contou um pouco sobre o movimento ‘Setembro Amarelo’, criado para refletir e chamar a atenção da sociedade para o suicídio e sensibilizar a todos sobre a importância da prevenção. A Organização Mundial da Saúde, em conjunto com a Associação Internacional de Prevenção ao Suicídio, instituiu em 2003 o 10 de setembro como Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e inspirados nisso o CVV, com outras instituições, instituíram o ‘Setembro Amarelo’ no Brasil em 2015. “Falar é a melhor solução. É importante que nós possamos refletir sobre a prevenção do suicídio, levar informações para as pessoas. Devemos observar e perceber se existem sinais de que algo não está bem para poder buscar ajuda. Também, quando vimos alguém ao nosso redor que não está bem, está mudando de comportamento, devemos oferecer ajuda. Apoiar a pessoa neste momento é primordial, deixar ela falar sem julgamentos, sem interrupções, sem cobranças, sem críticas. Devemos deixar a pessoa falar e isso será o grande diferencial na vida daquela pessoa, saber que existe alguém que se importa e sentir o apoio necessário pode ser a virada de chave na vida dela”, apontou.
Em seguida, a neuropediatra, Dra. Lenise Pontes Freitas, falou sobre a ansiedade e depressão. Apontou que a depressão é uma doença do cérebro que afeta todo o corpo. Disse que a mensagem que quis deixar era a da prevenção das doenças e apontou que a prevenção das doenças perpassa pelo estilo e pela qualidade de vida. “O melhor caminho é evitar a doença. A nossa educação e a nossa sociedade não estão priorizando evitar a doença, mas precisamos criar um estilo saudável de vida. A doença não começa só com as situações da vida, mas também com estilo que levamos, com o que comemos, as horas de sono, o cuidado com o corpo, como e com o que priorizamos o tempo. O estilo de vida faz a saúde. Sabemos que a genética é soberana, mas o ambiente e o estilo de vida que escolhemos também colaboram com a saúde ou o adoecimento”, enfatizou, apontando o quanto é prejudicial para a saúde a sociedade atual estar exposta ao excesso de informações que vem das mídias, mas também o acesso de tarefas do dia a dia, sem descanso. Reforçou ser preciso tirar um tempo para si e fazer as escolhas certas para aproveitar bem o tempo.
Já o psicólogo e coordenador da política de automutilação e suicídio da Secretaria Municipal de Saúde, Antônio Gomes da Rosa, chamou atenção para a realidade do transtorno de ansiedade e depressão em crianças e adolescentes. Apontou que uma em quatro crianças apresenta o transtorno de ansiedade, causando medos, alterando suas rotinas, causando dificuldades na aprendizagem e nos relacionamentos da criança e do adolescente. “A ideia foi trabalhar na prevenção, como a escola pode olhar e contribuir para que isso não venha acontecer com base na promoção da saúde. Hoje um dos graves problemas que temos na saúde pública é a automutilação que advém, muitas vezes, de uma depressão camuflada ou de um transtorno de ansiedade que está atrapalhando a vida da criança e do adolescente”, apontou, destacando que 75% das crianças que têm transtorno de ansiedade e depressão não recebem tratamento. “Nós precisamos dar atenção a essa estatística, quase 80% das crianças podem apresentar ansiedade sem receber atenção ou tratamento. Isso é uma coisa séria”, alertou.
Ele também falou do desejo das crianças e adolescentes de serem aceitos e, quando isso não acontece, acabam danificando a si mesmos emocionalmente ao ponto de serem diagnosticadas com transtorno psiquiátrico na vida adulta. Disse que a pessoa acaba não fazendo o que gosta para satisfazer o que o outro quer e existe o medo de ser julgado. Também falou que as pessoas, principalmente adolescentes e crianças, precisam exercitar e construir desde cedo um senso de pertencimento para que tenham força e entendam que todos têm problemas e dificuldades, mas é possível enfrentar os desafios da vida e não se deve desistir.
A psicóloga e psicodramatista Juliana dos Santos fez uma apresentação sobre os sinais e sintomas de depressão e ansiedade. Também trouxe as diferenças entre o transtorno da ansiedade e da depressão com o sentimento de tristeza. Apresentou um histórico de depressão na infância e como a doença se manifesta nesta fase da vida. Apontou vários sintomas por faixa etária entre as crianças e adolescentes. Falou dos fatores de risco e dos tratamentos mais comuns da depressão. Em outro momento, também trouxe o conceito, as principais causas e sintomas da ansiedade. Por fim, os dois palestrantes fizeram uma dinâmica com o público, um sociodrama.

Câmara Mirim promove seminário sobre ansiedade e depressão nas escolas no Plenário da Câmara
A Câmara Mirim de Blumenau realizou na manhã desta quarta-feira (21) o Seminário "Saindo do Casulo: como lidar com a ansiedade e a depressão nas escolas". O evento é uma parceria com a Escola do Legislativo Fritz Müller e contou com o apoio técnico do psicólogo da Secretaria de Promoção da Saúde, Antônio Gomes da Rosa. O seminário aconteceu no plenário da Câmara de Vereadores e contou com a presença de diversas autoridades, entre elas, alunos, professores, diretores, coordenadores de algumas unidades escolares do município. Também estiveram presentes vereadores e ex-vereadores mirins, profissionais da Saúde, representantes da Secretaria Municipal de Saúde, de Educação e demais áreas.
O objetivo desse seminário foi contribuir com o ‘Setembro Amarelo’, movimento de prevenção ao suicídio. A ideia de criação do projeto surgiu através da coordenação da Câmara Mirim, pois desde o início desta legislatura os vereadores mirins compartilham e observam situações diárias de crises de ansiedade e depressão nas unidades escolares, ouvindo relatos que envolvem estudantes e profissionais da educação.
A programação do seminário foi dividida em duas etapas. A primeira mesa dos trabalhos teve como temática “Saúde mental na adolescência" e foi dirigida pela vereadora mirim Maria Eduarda Coelho, aluna da EEB Professor João Widemann. Contou com a mensagem da vereadora mirim Amanda Eduarda Ferreira, da Escola de Educação Básica Cívico-Militar Pedro Christiano Feddersen, além das palestras da voluntária do Centro de Valorização da Vida (CVV) de Blumenau, Zita Darugna e da neuropediatra, Dra. Lenise Pontes Freitas.
A segunda etapa do seminário prosseguiu com mesa de trabalhos intitulada "Como lidar com a ansiedade e a depressão na escola". A mesa foi conduzida pela presidente mirim Helena Pereira Lima, da Escola Básica Municipal Bilíngue Professor Oscar Unbehaun e contou com as palestras do psicólogo da Secretaria de Promoção da Saúde, Antônio Gomes da Rosa e da psicóloga e psicodramatista, Juliana dos Santos.
A vereadora mirim Maria Eduarda Coelho deu sua visão, como vereadora mirim e estudante, sobre o transtorno da ansiedade e como lida no dia a dia. Ela admitiu que já teve crises de ansiedade e faz terapia, mas também coletou depoimentos com percepções e sentimentos dos colegas parlamentares mirins, de alunos de várias escolas e dos pais para o seu depoimento.
A voluntária do CVV de Blumenau, Zita Darugna, explanou o trabalho do Centro de Valorização da Vida (CVV) e sobre a importância do trabalho voluntário que é feito. Zita explicou que o Centro é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica que foi fundada em São Paulo, em 1962, que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e de prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. São realizados anualmente mais de 3 milhões de atendimentos por cerca de 4 mil voluntários em todo o Brasil. Em 2021 foram realizados 3,6 milhões de atendimentos, que são realizados pelo telefone gratuito 188, pessoalmente, pelos mais de 120 postos, ou pelo site cvv.org.br, por meio do chat ou e-mail. Ela reforçou ser uma associação reconhecida de utilidade pública em todas as esferas. “No CVV, a nossa missão é escutar com nossos ouvidos e também com nossos olhos e o coração para que aconteça a conexão com a outra pessoa, para que a empatia possa acontecer”.
Ela também contou um pouco sobre o movimento ‘Setembro Amarelo’, criado para refletir e chamar a atenção da sociedade para o suicídio e sensibilizar a todos sobre a importância da prevenção. A Organização Mundial da Saúde, em conjunto com a Associação Internacional de Prevenção ao Suicídio, instituiu em 2003 o 10 de setembro como Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e inspirados nisso o CVV, com outras instituições, instituíram o ‘Setembro Amarelo’ no Brasil em 2015. “Falar é a melhor solução. É importante que nós possamos refletir sobre a prevenção do suicídio, levar informações para as pessoas. Devemos observar e perceber se existem sinais de que algo não está bem para poder buscar ajuda. Também, quando vimos alguém ao nosso redor que não está bem, está mudando de comportamento, devemos oferecer ajuda. Apoiar a pessoa neste momento é primordial, deixar ela falar sem julgamentos, sem interrupções, sem cobranças, sem críticas. Devemos deixar a pessoa falar e isso será o grande diferencial na vida daquela pessoa, saber que existe alguém que se importa e sentir o apoio necessário pode ser a virada de chave na vida dela”, apontou.
Em seguida, a neuropediatra, Dra. Lenise Pontes Freitas, falou sobre a ansiedade e depressão. Apontou que a depressão é uma doença do cérebro que afeta todo o corpo. Disse que a mensagem que quis deixar era a da prevenção das doenças e apontou que a prevenção das doenças perpassa pelo estilo e pela qualidade de vida. “O melhor caminho é evitar a doença. A nossa educação e a nossa sociedade não estão priorizando evitar a doença, mas precisamos criar um estilo saudável de vida. A doença não começa só com as situações da vida, mas também com estilo que levamos, com o que comemos, as horas de sono, o cuidado com o corpo, como e com o que priorizamos o tempo. O estilo de vida faz a saúde. Sabemos que a genética é soberana, mas o ambiente e o estilo de vida que escolhemos também colaboram com a saúde ou o adoecimento”, enfatizou, apontando o quanto é prejudicial para a saúde a sociedade atual estar exposta ao excesso de informações que vem das mídias, mas também o acesso de tarefas do dia a dia, sem descanso. Reforçou ser preciso tirar um tempo para si e fazer as escolhas certas para aproveitar bem o tempo.
Já o psicólogo e coordenador da política de automutilação e suicídio da Secretaria Municipal de Saúde, Antônio Gomes da Rosa, chamou atenção para a realidade do transtorno de ansiedade e depressão em crianças e adolescentes. Apontou que uma em quatro crianças apresenta o transtorno de ansiedade, causando medos, alterando suas rotinas, causando dificuldades na aprendizagem e nos relacionamentos da criança e do adolescente. “A ideia foi trabalhar na prevenção, como a escola pode olhar e contribuir para que isso não venha acontecer com base na promoção da saúde. Hoje um dos graves problemas que temos na saúde pública é a automutilação que advém, muitas vezes, de uma depressão camuflada ou de um transtorno de ansiedade que está atrapalhando a vida da criança e do adolescente”, apontou, destacando que 75% das crianças que têm transtorno de ansiedade e depressão não recebem tratamento. “Nós precisamos dar atenção a essa estatística, quase 80% das crianças podem apresentar ansiedade sem receber atenção ou tratamento. Isso é uma coisa séria”, alertou.
Ele também falou do desejo das crianças e adolescentes de serem aceitos e, quando isso não acontece, acabam danificando a si mesmos emocionalmente ao ponto de serem diagnosticadas com transtorno psiquiátrico na vida adulta. Disse que a pessoa acaba não fazendo o que gosta para satisfazer o que o outro quer e existe o medo de ser julgado. Também falou que as pessoas, principalmente adolescentes e crianças, precisam exercitar e construir desde cedo um senso de pertencimento para que tenham força e entendam que todos têm problemas e dificuldades, mas é possível enfrentar os desafios da vida e não se deve desistir.
A psicóloga e psicodramatista Juliana dos Santos fez uma apresentação sobre os sinais e sintomas de depressão e ansiedade. Também trouxe as diferenças entre o transtorno da ansiedade e da depressão com o sentimento de tristeza. Apresentou um histórico de depressão na infância e como a doença se manifesta nesta fase da vida. Apontou vários sintomas por faixa etária entre as crianças e adolescentes. Falou dos fatores de risco e dos tratamentos mais comuns da depressão. Em outro momento, também trouxe o conceito, as principais causas e sintomas da ansiedade. Por fim, os dois palestrantes fizeram uma dinâmica com o público, um sociodrama.