Manifestações na Audiência Pública da Câmara defendem uma discussão conjunta entre a Furb e a UFSC sobre a expansão dos cursos gratuitos e a federalização

Manifestações na Audiência Pública da Câmara defendem uma discussão conjunta entre a Furb e a UFSC sobre a expansão dos cursos gratuitos e a federalização

26 DE Maio DE 2023
  • 2023
  • Audiências Públicas

  • A Câmara Municipal de Blumenau realizou na noite desta quinta-feira (25) a audiência pública visando discutir e esclarecer questões referentes à expansão da UFSC e de cursos ofertados em Blumenau. Estiveram presentes o vereador proponente Adriano Pereira e o vereador Professor Gilson, além de assessores parlamentares. Também marcaram presença o Diretor do Gabinete do Reitor da UFSC, João Luiz Martins; o diretor do campus de Blumenau da UFSC, Adriano Péres; a reitora da Furb, Marcia Cristina Sardá Espindola; a presidente do Conselho Municipal de Educação, Maria Luiza Oliveira; representando a Coordenadoria Regional de Educação, Luiz Alessandro da Silva, o intendente da Vila Itoupava, Leandro Índio, entre outras autoridades municipais, assessores parlamentares, representantes de sindicatos, professores, estudantes e comunidade. Cerca de 60 pessoas se fizeram presentes na audiência. 


    O debate foi solicitado pelo vereador Adriano Pereira e aprovado pelos demais parlamentares em plenário. O parlamentar apontou que foi aberto o espaço da Casa Legislativa para este importante diálogo, para ouvir a sociedade com suas sugestões para os cursos necessários para o desenvolvimento social e econômico da região. Ele também falou da história de luta que culminou com a vinda do campus da UFSC para Blumenau. “Nós consideramos legítimos os seus projetos de expansão, assim como também conhecemos a história da Furb e sua luta pela federalização. Que bom seria se pudéssemos unir esses dois projetos: o do processo de expansão da UFSC e a realização do sonho que é a Universidade Federal do Vale do Itajaí, mas para isso aconteça nós temos que avançar, planejar, dialogar e unir esforços em prol da ampliação das vagas públicas e gratuitas para a população de Blumenau”, salientou, colocando a Câmara de Vereadores à disposição das universidades na luta pela educação.


    O vereador Professor Gilson de Souza opinou e afirmou que a ampliação de vagas públicas e gratuitas precisa passar pela federalização da Furb. “Nós precisamos oferecer vagas públicas gratuitas para os jovens, que assim como eu vieram de comunidades carentes e que não têm condições, mas que tem a esperança e o sonho de ter vagas públicas, porque faltam vagas. Essa ampliação tem que passar pela Furb Federal  e com certeza que esta Casa Legislativa apoia esta pauta, independente de bandeira partidária, assim como sabemos que além dos atores políticos, a classe empresarial também apoia esta bandeira da federalização”, afirmou. 


    O diretor do Gabinete do Reitor da UFSC, João Luiz Martins, apontou que o reitor afirmou que está à disposição para dialogar e colocou a universidade à disposição para qualquer discussão de um projeto mais amplo que possa trazer novas oportunidades de vaga pública gratuita para a região. Dito isso, ele fez algumas ponderações sobre o tema. Opinou que entende ser algo natural e legítimo dos outros quatro campus da UFSC (Joinville, Blumenau, Araranguá e Curitibanos) buscarem alternativas para a sua expansão. “Todos eles estão trabalhando e discutindo internamente a expansão e trabalhando para ofertar novos cursos, mas tendo o cuidado de também discutir isso com a sociedade. Eu acho que essa é uma boa oportunidade para ouvir a sociedade, porém não se pode dizer que isso está resolvido porque depende de questões orçamentárias”, justificou. 


    Em relação à questão orçamentária, ele explicou que existe um esforço do governo para a questão da recomposição orçamentária. “Nós estamos com um novo Governo Federal que ainda estuda a recomposição orçamentária e devemos ter um anúncio nos próximos dias sobre essa questão de contingenciamento. O orçamento das universidades federais está menor do que em 2022, pois foi uma organização do governo anterior. Mas houve um esforço do atual governo para a suplementação, mas estamos com limitação para garantir uma série de atividades. Por isso, o governo estuda com bastante cuidado o que vai fazer e ofertar como oportunidade e alternativa para as instituições federais de educação superior, no sentido de buscar alternativas de expansão, o governo não sinalizou nenhum projeto ou programa de expansão, entretanto é necessário que cada uma das instituições possa se preparar internamente e pensar em alternativas, buscando soluções, pois um projeto de expansão requer planejamento. É necessário construir um projeto de expansão não só pensando em oportunidades de vagas, mas também com a permanência estudantil”, salientou. 


    A reitora da Furb, Marcia Cristina Sardá Espindola, fez uma retrospectiva da história de luta da universidade para a federalização. Apontou que a Furb já formou mais 60 mil egressos e sempre foi considerada uma fundação autárquica. “Nós já nascemos pública pelo desejo da comunidade. Nós sempre lutamos para sermos pública e para trazer o ensino público gratuito para a nossa região”, destacou, informando que a Furb comporta 40 cursos já criados, 13 mestrados, quatro doutorados e uma comunidade acadêmica de quase 8 mil alunos. “Mas nós temos a capacidade de imediatamente termos 15 mil alunos em todas as áreas. A universidade tem a capacidade de atender as demandas  da comunidade e de ter vagas públicas gratuitas em todas as áreas imediatamente”, afirmou, dizendo que isso é uma oportunidade única para toda a região. Colocou-se à disposição da UFSC para lutar em conjunto para trazer vagas públicas.  


    O diretor do campus de Blumenau da UFSC, Adriano Péres, fez um breve histórico do surgimento do Campus de Blumenau da UFSC. Apontou que em 2023 o campus da UFSC completa 10 anos. “Nós sabemos que durante este tempo crescemos muito em infraestrutura e interagimos com a comunidade. São  apenas seis cursos e apesar de acharmos que estamos um pouco mais integrados com a comunidade, nós compreendemos que podemos fazer muito mais pela cidade de Blumenau e pela região. Sabemos que existe uma grande demanda de cursos superiores e temos convicção de que a UFSC pode oferecer cursos gratuitos e de qualidade. Também sabemos que é de interesse da comunidade mais oferta de cursos, mas precisamos passar por procedimentos internos e um estudo que precisa ser avaliado e validado pelo Ministério da Educação, sendo que é o Ministério que decide qual o curso que podemos lançar ”, explicou. 


    Ele falou sobre alguns projetos pedagógicos que existem e estão em andamento de cursos na universidade para que a universidade possa indicar ao MEC. “Nós podemos indicar determinados cursos que gostaríamos de lançar, mas é o MEC que vai decidir se é viável e se é interessante. Se o MEC concordar precisa alocar recursos no orçamento  para contratação de servidores docentes e técnicos, além de recursos para a criação da infraestrutura necessária”, apontou, dizendo que essa expansão  pode ser feita de forma independente pelo próprio campus da UFSC ou em parceria com a Furb, mas quem vai decidir isso é também o MEC.


    Em nome da Coordenadoria Regional de Educação, Luiz Alessandro da Silva, apontou que como professor da rede pública há mais de 20 anos destacou a importância e a necessidade da oferta de vagas para os alunos, especificamente do Ensino Médio e da EJA. “Muitas vezes, os alunos desconhecem as suas potencialidades ou não são apresentados as suas potencialidades, pois acabam finalizando o Ensino Médio e vão para o trabalho ao invés de estudar”, salientou, apontando que enquanto coordenadoria apoia a Furb e a UFSC  neste aporte aos alunos para vagas gratuitas de educação superior.


    O intendente da Vila Itoupava, Leandro Índio, disse que falou como cidadão e não como representante de Governo. Resgatou o processo histórico da implantação do campus da UFSC Blumenau e apontou que foi criada uma comissão municipal  com servidores de secretarias estratégicas da Prefeitura para auxiliar na implantação da UFSC, que foi presidida por ele. Lembrou que haviam muitas demandas no início e foi criada uma proposta de vocacionamento para implantação de um Campus diferenciado, sendo apoiada em três eixos, sendo um deles a questão do desenvolvimento regional e interação social,  com o objetivo de promover a interação entre os demais cursos e a comunidade, e que deveria ser criado. “Nós defendemos naquele momento a criação de um curso de gestão de políticas públicas para a qualificação de servidores públicos de Blumenau. Blumenau é um polo industrial, mas também um polo regional de prestação de serviço público. Em 2016 foi entregue material, abaixo-assinado e documentos fazendo esta reivindicação e eu ainda defendo a criação deste curso”, apontou, discorrendo ainda sobre alguns problemas do Governo Federal que ocorreram na época da implantação do campus.


    Também foi falado sobre a inclusão e a acessibilidade de pessoas com deficiência e de pessoas surdas. O pedido é que o curso de Letras - Libras seja implantado no campus Blumenau da UFSC para os professores da rede municipal que se deslocam até Florianópolis. Pediu uma interlocução com os deputados federais para este pleito. 


    Entre as colocações na reunião estava a do assessor parlamentar, Erlédio Pering, que informou que a deputada federal Ana Paula Lima (PT) estava em reunião recentemente na Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação. A pedido da deputada ficou decidido no encontro que membros da secretaria e do ministério devem vir para Blumenau conhecer o campus da UFSC e a Furb, a fim de tentar ver quais são os caminhos que podem ser construídos coletivamente. 


    O Coordenador Geral do Sintraseb - Sindicato Único dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Blumenau, Sérgio Maurici Bernardo, apontou que o sindicato é a favor da expansão da Universidade Federal, mas defendeu que essa luta precisa estar atrelada à federalização da Furb. “Na visão do sindicato não tem como acontecer a expansão da UFSC sem ter o debate da Furb Federal. Precisamos considerar a luta histórica, inclusive do movimento estudantil e da classe trabalhadora da cidade pela federalização”, opinou, sugerindo como um dos encaminhamentos da audiência a inclusão do comitê Pró-Federalização da Furb neste debate. Também defendeu um debate aprofundado com a colocação de detalhes e indicadores importantes do que representa a Federalização da Furb e a responsabilidade de cada ente, inclusive com o Issblu. 


    Após os pronunciamentos, a comunidade fez colocações, questionamentos e sugestões na tribuna. Muitas manifestações de representantes presentes na tribuna afirmaram a necessidade de trabalhar em conjunto na expansão das vagas para cursos públicos e na federalização da Furb, pois são duas lutas importantes na cidade, e na defesa de que esse debate deve andar junto entre as duas universidades e sociedade. Representantes do Comitê Pró-Federalização também defenderam a unificação e fusão das duas universidades, na criação da Universidade Federal do Vale do Itajaí. O comitê entregou um documento ao vereador Adriano Pereira, solicitando a realização de uma nova audiência entre as duas universidades.

    Outro pedido feito durante a reunião foi a criação do curso de gestão de políticas públicas no Campus da UFSC Blumenau. Também foi cobrado o envolvimento das  entidades de classe e empresariais de Blumenau e posicionamento das mesmas em relação ao ensino e a educação pública de Blumenau, principalmente em relação a esses dois temas. 


    Por fim, o diretor do Gabinete do Reitor da UFSC, João Luiz Martins, apontou que vai levar ao reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, as manifestações na audiência e, principalmente, a necessidade de diálogo com a Furb. Informou que em agosto vai acontecer uma visita do Conselho Universitário em Blumenau com o reitor e a direção da universidade e vai sugerir que ele se reúna com a reitoria da Furb e sua equipe. Também disse que vai levar ao reitor a necessidade de um diálogo com o comitê, mas sugeriu que o diretor do campus de Blumenau da UFSC, Adriano Péres, se faça presente nessas discussões. Como último encaminhamento, pediu aos vereadores que façam uma interlocução com os deputados estaduais e federais para que se consiga audiências com o Ministério da Educação para que se possa dialogar e para saber com mais clareza qual é o caminho e qual a sugestão do MEC para esta expansão. 


    Por fim, o diretor do campus de Blumenau da UFSC, Adriano Péres, afirmou que está disponível para o diálogo com a Furb, mas defendeu que o projeto Furb Federal antes da existência da UFSC precisa ser alterado. “Não devemos descartar os dados obtidos, mas levar em consideração que desde 2014 existe a UFSC em Blumenau e o projeto original de federalização da Furb ao meu ver não cabe mais para a realidade atual, mas sim defendo que devemos conversar, verificar dados com a reitoria, com o comitê da Furb para fazer algo viável economicamente”, concluiu. 


    A audiência pública será reprisada nesta sexta-feira, dia 26, às 21h30 e no domingo, dia 28, também às 21h30 nos canais 14 da NET e 4.2 da TV digital. Também pode ser acessada pelo Youtube da TV Legislativa.


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    O vídeo completo da audiência pública

    Galeria de fotos da audiência






    Fonte: Assessoria de Imprensa CMB | Foto: Denner Ovidio | Imprensa CMB


    Manifestações na Audiência Pública da Câmara defendem uma discussão conjunta entre a Furb e a UFSC sobre a expansão dos cursos gratuitos e a federalização

    Manifestações na Audiência Pública da Câmara defendem uma discussão conjunta entre a Furb e a UFSC sobre a expansão dos cursos gratuitos e a federalização

    26 DE Maio DE 2023
  • 2023
  • Audiências Públicas
  • A Câmara Municipal de Blumenau realizou na noite desta quinta-feira (25) a audiência pública visando discutir e esclarecer questões referentes à expansão da UFSC e de cursos ofertados em Blumenau. Estiveram presentes o vereador proponente Adriano Pereira e o vereador Professor Gilson, além de assessores parlamentares. Também marcaram presença o Diretor do Gabinete do Reitor da UFSC, João Luiz Martins; o diretor do campus de Blumenau da UFSC, Adriano Péres; a reitora da Furb, Marcia Cristina Sardá Espindola; a presidente do Conselho Municipal de Educação, Maria Luiza Oliveira; representando a Coordenadoria Regional de Educação, Luiz Alessandro da Silva, o intendente da Vila Itoupava, Leandro Índio, entre outras autoridades municipais, assessores parlamentares, representantes de sindicatos, professores, estudantes e comunidade. Cerca de 60 pessoas se fizeram presentes na audiência. 


    O debate foi solicitado pelo vereador Adriano Pereira e aprovado pelos demais parlamentares em plenário. O parlamentar apontou que foi aberto o espaço da Casa Legislativa para este importante diálogo, para ouvir a sociedade com suas sugestões para os cursos necessários para o desenvolvimento social e econômico da região. Ele também falou da história de luta que culminou com a vinda do campus da UFSC para Blumenau. “Nós consideramos legítimos os seus projetos de expansão, assim como também conhecemos a história da Furb e sua luta pela federalização. Que bom seria se pudéssemos unir esses dois projetos: o do processo de expansão da UFSC e a realização do sonho que é a Universidade Federal do Vale do Itajaí, mas para isso aconteça nós temos que avançar, planejar, dialogar e unir esforços em prol da ampliação das vagas públicas e gratuitas para a população de Blumenau”, salientou, colocando a Câmara de Vereadores à disposição das universidades na luta pela educação.


    O vereador Professor Gilson de Souza opinou e afirmou que a ampliação de vagas públicas e gratuitas precisa passar pela federalização da Furb. “Nós precisamos oferecer vagas públicas gratuitas para os jovens, que assim como eu vieram de comunidades carentes e que não têm condições, mas que tem a esperança e o sonho de ter vagas públicas, porque faltam vagas. Essa ampliação tem que passar pela Furb Federal  e com certeza que esta Casa Legislativa apoia esta pauta, independente de bandeira partidária, assim como sabemos que além dos atores políticos, a classe empresarial também apoia esta bandeira da federalização”, afirmou. 


    O diretor do Gabinete do Reitor da UFSC, João Luiz Martins, apontou que o reitor afirmou que está à disposição para dialogar e colocou a universidade à disposição para qualquer discussão de um projeto mais amplo que possa trazer novas oportunidades de vaga pública gratuita para a região. Dito isso, ele fez algumas ponderações sobre o tema. Opinou que entende ser algo natural e legítimo dos outros quatro campus da UFSC (Joinville, Blumenau, Araranguá e Curitibanos) buscarem alternativas para a sua expansão. “Todos eles estão trabalhando e discutindo internamente a expansão e trabalhando para ofertar novos cursos, mas tendo o cuidado de também discutir isso com a sociedade. Eu acho que essa é uma boa oportunidade para ouvir a sociedade, porém não se pode dizer que isso está resolvido porque depende de questões orçamentárias”, justificou. 


    Em relação à questão orçamentária, ele explicou que existe um esforço do governo para a questão da recomposição orçamentária. “Nós estamos com um novo Governo Federal que ainda estuda a recomposição orçamentária e devemos ter um anúncio nos próximos dias sobre essa questão de contingenciamento. O orçamento das universidades federais está menor do que em 2022, pois foi uma organização do governo anterior. Mas houve um esforço do atual governo para a suplementação, mas estamos com limitação para garantir uma série de atividades. Por isso, o governo estuda com bastante cuidado o que vai fazer e ofertar como oportunidade e alternativa para as instituições federais de educação superior, no sentido de buscar alternativas de expansão, o governo não sinalizou nenhum projeto ou programa de expansão, entretanto é necessário que cada uma das instituições possa se preparar internamente e pensar em alternativas, buscando soluções, pois um projeto de expansão requer planejamento. É necessário construir um projeto de expansão não só pensando em oportunidades de vagas, mas também com a permanência estudantil”, salientou. 


    A reitora da Furb, Marcia Cristina Sardá Espindola, fez uma retrospectiva da história de luta da universidade para a federalização. Apontou que a Furb já formou mais 60 mil egressos e sempre foi considerada uma fundação autárquica. “Nós já nascemos pública pelo desejo da comunidade. Nós sempre lutamos para sermos pública e para trazer o ensino público gratuito para a nossa região”, destacou, informando que a Furb comporta 40 cursos já criados, 13 mestrados, quatro doutorados e uma comunidade acadêmica de quase 8 mil alunos. “Mas nós temos a capacidade de imediatamente termos 15 mil alunos em todas as áreas. A universidade tem a capacidade de atender as demandas  da comunidade e de ter vagas públicas gratuitas em todas as áreas imediatamente”, afirmou, dizendo que isso é uma oportunidade única para toda a região. Colocou-se à disposição da UFSC para lutar em conjunto para trazer vagas públicas.  


    O diretor do campus de Blumenau da UFSC, Adriano Péres, fez um breve histórico do surgimento do Campus de Blumenau da UFSC. Apontou que em 2023 o campus da UFSC completa 10 anos. “Nós sabemos que durante este tempo crescemos muito em infraestrutura e interagimos com a comunidade. São  apenas seis cursos e apesar de acharmos que estamos um pouco mais integrados com a comunidade, nós compreendemos que podemos fazer muito mais pela cidade de Blumenau e pela região. Sabemos que existe uma grande demanda de cursos superiores e temos convicção de que a UFSC pode oferecer cursos gratuitos e de qualidade. Também sabemos que é de interesse da comunidade mais oferta de cursos, mas precisamos passar por procedimentos internos e um estudo que precisa ser avaliado e validado pelo Ministério da Educação, sendo que é o Ministério que decide qual o curso que podemos lançar ”, explicou. 


    Ele falou sobre alguns projetos pedagógicos que existem e estão em andamento de cursos na universidade para que a universidade possa indicar ao MEC. “Nós podemos indicar determinados cursos que gostaríamos de lançar, mas é o MEC que vai decidir se é viável e se é interessante. Se o MEC concordar precisa alocar recursos no orçamento  para contratação de servidores docentes e técnicos, além de recursos para a criação da infraestrutura necessária”, apontou, dizendo que essa expansão  pode ser feita de forma independente pelo próprio campus da UFSC ou em parceria com a Furb, mas quem vai decidir isso é também o MEC.


    Em nome da Coordenadoria Regional de Educação, Luiz Alessandro da Silva, apontou que como professor da rede pública há mais de 20 anos destacou a importância e a necessidade da oferta de vagas para os alunos, especificamente do Ensino Médio e da EJA. “Muitas vezes, os alunos desconhecem as suas potencialidades ou não são apresentados as suas potencialidades, pois acabam finalizando o Ensino Médio e vão para o trabalho ao invés de estudar”, salientou, apontando que enquanto coordenadoria apoia a Furb e a UFSC  neste aporte aos alunos para vagas gratuitas de educação superior.


    O intendente da Vila Itoupava, Leandro Índio, disse que falou como cidadão e não como representante de Governo. Resgatou o processo histórico da implantação do campus da UFSC Blumenau e apontou que foi criada uma comissão municipal  com servidores de secretarias estratégicas da Prefeitura para auxiliar na implantação da UFSC, que foi presidida por ele. Lembrou que haviam muitas demandas no início e foi criada uma proposta de vocacionamento para implantação de um Campus diferenciado, sendo apoiada em três eixos, sendo um deles a questão do desenvolvimento regional e interação social,  com o objetivo de promover a interação entre os demais cursos e a comunidade, e que deveria ser criado. “Nós defendemos naquele momento a criação de um curso de gestão de políticas públicas para a qualificação de servidores públicos de Blumenau. Blumenau é um polo industrial, mas também um polo regional de prestação de serviço público. Em 2016 foi entregue material, abaixo-assinado e documentos fazendo esta reivindicação e eu ainda defendo a criação deste curso”, apontou, discorrendo ainda sobre alguns problemas do Governo Federal que ocorreram na época da implantação do campus.


    Também foi falado sobre a inclusão e a acessibilidade de pessoas com deficiência e de pessoas surdas. O pedido é que o curso de Letras - Libras seja implantado no campus Blumenau da UFSC para os professores da rede municipal que se deslocam até Florianópolis. Pediu uma interlocução com os deputados federais para este pleito. 


    Entre as colocações na reunião estava a do assessor parlamentar, Erlédio Pering, que informou que a deputada federal Ana Paula Lima (PT) estava em reunião recentemente na Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação. A pedido da deputada ficou decidido no encontro que membros da secretaria e do ministério devem vir para Blumenau conhecer o campus da UFSC e a Furb, a fim de tentar ver quais são os caminhos que podem ser construídos coletivamente. 


    O Coordenador Geral do Sintraseb - Sindicato Único dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Blumenau, Sérgio Maurici Bernardo, apontou que o sindicato é a favor da expansão da Universidade Federal, mas defendeu que essa luta precisa estar atrelada à federalização da Furb. “Na visão do sindicato não tem como acontecer a expansão da UFSC sem ter o debate da Furb Federal. Precisamos considerar a luta histórica, inclusive do movimento estudantil e da classe trabalhadora da cidade pela federalização”, opinou, sugerindo como um dos encaminhamentos da audiência a inclusão do comitê Pró-Federalização da Furb neste debate. Também defendeu um debate aprofundado com a colocação de detalhes e indicadores importantes do que representa a Federalização da Furb e a responsabilidade de cada ente, inclusive com o Issblu. 


    Após os pronunciamentos, a comunidade fez colocações, questionamentos e sugestões na tribuna. Muitas manifestações de representantes presentes na tribuna afirmaram a necessidade de trabalhar em conjunto na expansão das vagas para cursos públicos e na federalização da Furb, pois são duas lutas importantes na cidade, e na defesa de que esse debate deve andar junto entre as duas universidades e sociedade. Representantes do Comitê Pró-Federalização também defenderam a unificação e fusão das duas universidades, na criação da Universidade Federal do Vale do Itajaí. O comitê entregou um documento ao vereador Adriano Pereira, solicitando a realização de uma nova audiência entre as duas universidades.

    Outro pedido feito durante a reunião foi a criação do curso de gestão de políticas públicas no Campus da UFSC Blumenau. Também foi cobrado o envolvimento das  entidades de classe e empresariais de Blumenau e posicionamento das mesmas em relação ao ensino e a educação pública de Blumenau, principalmente em relação a esses dois temas. 


    Por fim, o diretor do Gabinete do Reitor da UFSC, João Luiz Martins, apontou que vai levar ao reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, as manifestações na audiência e, principalmente, a necessidade de diálogo com a Furb. Informou que em agosto vai acontecer uma visita do Conselho Universitário em Blumenau com o reitor e a direção da universidade e vai sugerir que ele se reúna com a reitoria da Furb e sua equipe. Também disse que vai levar ao reitor a necessidade de um diálogo com o comitê, mas sugeriu que o diretor do campus de Blumenau da UFSC, Adriano Péres, se faça presente nessas discussões. Como último encaminhamento, pediu aos vereadores que façam uma interlocução com os deputados estaduais e federais para que se consiga audiências com o Ministério da Educação para que se possa dialogar e para saber com mais clareza qual é o caminho e qual a sugestão do MEC para esta expansão. 


    Por fim, o diretor do campus de Blumenau da UFSC, Adriano Péres, afirmou que está disponível para o diálogo com a Furb, mas defendeu que o projeto Furb Federal antes da existência da UFSC precisa ser alterado. “Não devemos descartar os dados obtidos, mas levar em consideração que desde 2014 existe a UFSC em Blumenau e o projeto original de federalização da Furb ao meu ver não cabe mais para a realidade atual, mas sim defendo que devemos conversar, verificar dados com a reitoria, com o comitê da Furb para fazer algo viável economicamente”, concluiu. 


    A audiência pública será reprisada nesta sexta-feira, dia 26, às 21h30 e no domingo, dia 28, também às 21h30 nos canais 14 da NET e 4.2 da TV digital. Também pode ser acessada pelo Youtube da TV Legislativa.


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    O vídeo completo da audiência pública

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    Fonte: Assessoria de Imprensa CMB | Foto: Denner Ovidio | Imprensa CMB