
Comissão de Saúde Mental recebe representantes do Movimento Janeiro Branco e da rede de atenção psicossocial
A Comissão Legislativa Temporária Especial para discussão sobre política pública de saúde mental se reuniu, na manhã desta terça-feira (10), na Sala das Comissões, com os idealizadores do Movimento Janeiro Branco em Blumenau e com profissionais e representantes envolvidos diretamente na rede de atenção psicossocial do município para promover discussões, visando à melhoria e avanços desta política pública no município.
A comissão é composta pelo vereador Bruno Cunha (Cidadania), autor do requerimento que propôs a criação da comissão, como presidente. Também integram o grupo como vice-presidente a vereadora Cristiane Loureiro (Podemos); os vereadores Bruno Win (NOVO), como relator, Marcelo Lanzarin (Progressistas) e Silmara Miguel (PSD), como membros.
Como convidados estiveram presentes a enfermeira Simone Martins, coordenadora municipal da Atenção Especializada; o enfermeiro Márcio Aramburu, coordenador do CAPS II adulto e Deisi Maria Sedrez Theiss, supervisora dos Serviços de Atenção Psicossocial. Também participou o psicólogo Antonio Gomes da Rosa. Por fim, ainda estiveram presentes os idealizadores do Movimento Janeiro Branco em Blumenau, Franklin Fischer e Jonathan Krueger.
A comissão, constituída através da Resolução da Mesa Diretora 4433/2025, tem como finalidades debater e analisar a situação da saúde mental no município de Blumenau, identificando as necessidades e propondo soluções adequadas para o atendimento da população. Também tem como finalidade reunir esforços entre vereadores, autoridades locais, especialistas na área da saúde mental, e representantes de organizações sociais, com o propósito de promover discussões construtivas, visando à melhoria da política pública de saúde mental no município.
A primeira reunião de instalação, com apresentação inicial de objetivos, direcionamento dos trabalhos e eleição dos cargos, aconteceu em 29 de maio. A comissão terá o prazo de 90 dias, contado a partir desta data, para a conclusão dos seus trabalhos.
Manifestações do Executivo, vereadores e sociedade civil
Os profissionais e representantes envolvidos diretamente na rede de atenção psicossocial do município trouxeram informações sobre a estrutura e os serviços oferecidos à população na política de saúde mental em Blumenau. Também trouxeram dados, um panorama para o entendimento da situação atual e os desafios enfrentados diariamente dentro desta política pública.
Foi explicado durante a reunião como acontece o atendimento no Centro de Atenção Psicossocial - Caps II, que é serviço especializado destinado a usuários com mais de 18 anos residentes em Blumenau que apresentem transtorno psíquico grave, severo e persistente. O coordenador do Caps II explicou como funciona o fluxo de atendimento. Apontou que são atendidos pelo Caps II uma população fixa de aproximadamente 800 a 900 pacientes crônicos graves com doenças como esquizofrenia, transtorno bipolar grave e depressão grave. Já a média de produção gira em torno de 3 300 mil atendimentos globais, entre procedimentos, consultas, acolhimentos e visitas.
O coordenador do Caps II também apontou a necessidade de ampliação de leitos nos hospitais para os casos em que a pessoa crônica grave está em crise e precisa de mais leitos. Hoje são 10 leitos no Hospital da Vila Itoupava, que é um hospital de referência para esses casos. Também apontou a necessidade de organização do Caps II para se tornar Caps III e internação. Apontou que Blumenau precisa disso para que os casos em que não precisaria de uma internação, buscando o tratamento e a continuidade de tratamento desses pacientes, com uma resolutividade maior e atingindo um objetivo melhor, do que feito o encaminhamento para a internação e eles não têm a condição dentro do hospital que o técnico que trabalha com isso tem.
Outro ponto apontado foi a reflexão sobre os casos agudos de sofrimento, em que não se tem resolutividade, pois a rede acaba não estando preparada devido alta demanda, por conta da falta de psicólogos suficientes e um local adequado e próprio com tempo para a escuta qualificada e acolhimento do paciente. Foi levantado a necessidade desse espaço de escuta, como por exemplo um ambulatório de psiquiatria, para ter um espaço próprio para fazer o tratamento do sofrimento psíquico, acolhimento e direcionamento. Apontou que o pronto atendimento dos hospitais estão voltados para uma questão clínica, mas não para a questão do sofrimento.
Um dos pontos que profissionais, vereadores e sociedade civil demonstraram preocupação durante a reunião foi com o aumento de casos de adolescentes e crianças em sofrimento psíquico, que cometem automutilação e até mesmo suicídio. Apontaram a questão do isolamento, a utilização em excesso das redes sociais na internet, a questão do bullying nas escolas, isso tudo levando a um aumento crescente de casos e que tem machucado as crianças e adolescentes.
Outra informação citada na reunião pelos técnicos foi a questão da fila de espera por um atendimento psicológico, apontando que gira em torno de 6.000 a 8.000 pessoas na fila.
Os presentes também contextualizaram como a pandemia e o pós-pandemia causaram um aumento expressivo dos transtornos de saúde mental, não só em Blumenau, mas no mundo. Também relataram a importância de trabalhar com a prevenção e o cuidado da saúde mental com os servidores públicos, pois também estão sofrendo, esgotados e com alta demanda e são os que fazem o atendimento da população.
Os vereadores também levantaram durante o encontro sobre a necessidade da presença de psicólogos nas escolas, apontando que existe um psicólogo pela Secretaria de Educação que percorre as escolas, mas que é preciso que existam mais profissionais dentro das escolas para ouvir e atender os alunos.
Os participantes também ressaltaram a importância de trabalhos como o desenvolvido pela Pró-Família, envolvendo ações esportivas e culturais com os idosos, que é uma população que também precisa de um olhar dentro desta questão da saúde mental. Além disso, foi sugerido um aumento no orçamento da Pró-Família para que mais projetos sejam desenvolvidos com os idosos como forma de prevenção e pensando no cuidado com a saúde mental desse público. Apontaram que a população está vivendo mais e é preciso um olhar atento aos serviços para a população idosa, como foi citado a questão de estudos para a criação de creches voltadas para os idosos no município em que se podem desenvolver atividades e se manterem com suas mentes ocupadas e produtivas.
Outra questão que foi muito discutida durante a reunião foi a importância de trabalhar com a conscientização e a educação das crianças e adolescentes dentro das escolas, promovendo uma cultura de prevenção, quebrando as barreiras, os tabus e estigmas que a questão da saúde mental, o suicídio e transtornos ligados à mente ainda carregam na sociedade.
Os representantes do Movimento Janeiro Branco explicaram como surgiu o movimento, as ações realizadas pelos voluntários na cidade e ainda trouxeram algumas ponderações e sugestões. Apontaram a importância de trabalhar com a prevenção, a falar sobre a questão da saúde mental nas escolas, a gerar consciência nas pessoas para que possam saber lidar com seus sentimentos, procurar ajuda e direcionamento se necessário. Também destacaram a importância de trabalhar com a cultura da prevenção, sugerindo a ideia de trabalhar a questão da meditação como uma temática obrigatória dentro das escolas.
Deliberações e encaminhamentos
Por fim, o presidente adiantou que para a próxima reunião, ainda sem data definida, será discutida a política preventiva de suicídio. Os representantes do Movimento Janeiro Branco foram convidados de forma permanente a participarem das próximas reuniões.
Ainda surgiu nesse encontro a sugestão de convite para representantes do CVV - Centro de Valorização da Vida, da Associação Enloucrescer - Associação de Familiares, Amigos e Usuários do Serviço de Saúde Mental do Município de Blumenau também poderem ser convidados para as próximas reuniões e para poderem contribuir com os trabalhos da comissão.
Veja também:
Vídeo completo da reunião da comissão
Galeria de fotos da reunião da comissão
Fonte: Assessoria de Imprensa CMB | Fotos: Denner Ovidio | Câmara de Blumenau

Comissão de Saúde Mental recebe representantes do Movimento Janeiro Branco e da rede de atenção psicossocial
A Comissão Legislativa Temporária Especial para discussão sobre política pública de saúde mental se reuniu, na manhã desta terça-feira (10), na Sala das Comissões, com os idealizadores do Movimento Janeiro Branco em Blumenau e com profissionais e representantes envolvidos diretamente na rede de atenção psicossocial do município para promover discussões, visando à melhoria e avanços desta política pública no município.
A comissão é composta pelo vereador Bruno Cunha (Cidadania), autor do requerimento que propôs a criação da comissão, como presidente. Também integram o grupo como vice-presidente a vereadora Cristiane Loureiro (Podemos); os vereadores Bruno Win (NOVO), como relator, Marcelo Lanzarin (Progressistas) e Silmara Miguel (PSD), como membros.
Como convidados estiveram presentes a enfermeira Simone Martins, coordenadora municipal da Atenção Especializada; o enfermeiro Márcio Aramburu, coordenador do CAPS II adulto e Deisi Maria Sedrez Theiss, supervisora dos Serviços de Atenção Psicossocial. Também participou o psicólogo Antonio Gomes da Rosa. Por fim, ainda estiveram presentes os idealizadores do Movimento Janeiro Branco em Blumenau, Franklin Fischer e Jonathan Krueger.
A comissão, constituída através da Resolução da Mesa Diretora 4433/2025, tem como finalidades debater e analisar a situação da saúde mental no município de Blumenau, identificando as necessidades e propondo soluções adequadas para o atendimento da população. Também tem como finalidade reunir esforços entre vereadores, autoridades locais, especialistas na área da saúde mental, e representantes de organizações sociais, com o propósito de promover discussões construtivas, visando à melhoria da política pública de saúde mental no município.
A primeira reunião de instalação, com apresentação inicial de objetivos, direcionamento dos trabalhos e eleição dos cargos, aconteceu em 29 de maio. A comissão terá o prazo de 90 dias, contado a partir desta data, para a conclusão dos seus trabalhos.
Manifestações do Executivo, vereadores e sociedade civil
Os profissionais e representantes envolvidos diretamente na rede de atenção psicossocial do município trouxeram informações sobre a estrutura e os serviços oferecidos à população na política de saúde mental em Blumenau. Também trouxeram dados, um panorama para o entendimento da situação atual e os desafios enfrentados diariamente dentro desta política pública.
Foi explicado durante a reunião como acontece o atendimento no Centro de Atenção Psicossocial - Caps II, que é serviço especializado destinado a usuários com mais de 18 anos residentes em Blumenau que apresentem transtorno psíquico grave, severo e persistente. O coordenador do Caps II explicou como funciona o fluxo de atendimento. Apontou que são atendidos pelo Caps II uma população fixa de aproximadamente 800 a 900 pacientes crônicos graves com doenças como esquizofrenia, transtorno bipolar grave e depressão grave. Já a média de produção gira em torno de 3 300 mil atendimentos globais, entre procedimentos, consultas, acolhimentos e visitas.
O coordenador do Caps II também apontou a necessidade de ampliação de leitos nos hospitais para os casos em que a pessoa crônica grave está em crise e precisa de mais leitos. Hoje são 10 leitos no Hospital da Vila Itoupava, que é um hospital de referência para esses casos. Também apontou a necessidade de organização do Caps II para se tornar Caps III e internação. Apontou que Blumenau precisa disso para que os casos em que não precisaria de uma internação, buscando o tratamento e a continuidade de tratamento desses pacientes, com uma resolutividade maior e atingindo um objetivo melhor, do que feito o encaminhamento para a internação e eles não têm a condição dentro do hospital que o técnico que trabalha com isso tem.
Outro ponto apontado foi a reflexão sobre os casos agudos de sofrimento, em que não se tem resolutividade, pois a rede acaba não estando preparada devido alta demanda, por conta da falta de psicólogos suficientes e um local adequado e próprio com tempo para a escuta qualificada e acolhimento do paciente. Foi levantado a necessidade desse espaço de escuta, como por exemplo um ambulatório de psiquiatria, para ter um espaço próprio para fazer o tratamento do sofrimento psíquico, acolhimento e direcionamento. Apontou que o pronto atendimento dos hospitais estão voltados para uma questão clínica, mas não para a questão do sofrimento.
Um dos pontos que profissionais, vereadores e sociedade civil demonstraram preocupação durante a reunião foi com o aumento de casos de adolescentes e crianças em sofrimento psíquico, que cometem automutilação e até mesmo suicídio. Apontaram a questão do isolamento, a utilização em excesso das redes sociais na internet, a questão do bullying nas escolas, isso tudo levando a um aumento crescente de casos e que tem machucado as crianças e adolescentes.
Outra informação citada na reunião pelos técnicos foi a questão da fila de espera por um atendimento psicológico, apontando que gira em torno de 6.000 a 8.000 pessoas na fila.
Os presentes também contextualizaram como a pandemia e o pós-pandemia causaram um aumento expressivo dos transtornos de saúde mental, não só em Blumenau, mas no mundo. Também relataram a importância de trabalhar com a prevenção e o cuidado da saúde mental com os servidores públicos, pois também estão sofrendo, esgotados e com alta demanda e são os que fazem o atendimento da população.
Os vereadores também levantaram durante o encontro sobre a necessidade da presença de psicólogos nas escolas, apontando que existe um psicólogo pela Secretaria de Educação que percorre as escolas, mas que é preciso que existam mais profissionais dentro das escolas para ouvir e atender os alunos.
Os participantes também ressaltaram a importância de trabalhos como o desenvolvido pela Pró-Família, envolvendo ações esportivas e culturais com os idosos, que é uma população que também precisa de um olhar dentro desta questão da saúde mental. Além disso, foi sugerido um aumento no orçamento da Pró-Família para que mais projetos sejam desenvolvidos com os idosos como forma de prevenção e pensando no cuidado com a saúde mental desse público. Apontaram que a população está vivendo mais e é preciso um olhar atento aos serviços para a população idosa, como foi citado a questão de estudos para a criação de creches voltadas para os idosos no município em que se podem desenvolver atividades e se manterem com suas mentes ocupadas e produtivas.
Outra questão que foi muito discutida durante a reunião foi a importância de trabalhar com a conscientização e a educação das crianças e adolescentes dentro das escolas, promovendo uma cultura de prevenção, quebrando as barreiras, os tabus e estigmas que a questão da saúde mental, o suicídio e transtornos ligados à mente ainda carregam na sociedade.
Os representantes do Movimento Janeiro Branco explicaram como surgiu o movimento, as ações realizadas pelos voluntários na cidade e ainda trouxeram algumas ponderações e sugestões. Apontaram a importância de trabalhar com a prevenção, a falar sobre a questão da saúde mental nas escolas, a gerar consciência nas pessoas para que possam saber lidar com seus sentimentos, procurar ajuda e direcionamento se necessário. Também destacaram a importância de trabalhar com a cultura da prevenção, sugerindo a ideia de trabalhar a questão da meditação como uma temática obrigatória dentro das escolas.
Deliberações e encaminhamentos
Por fim, o presidente adiantou que para a próxima reunião, ainda sem data definida, será discutida a política preventiva de suicídio. Os representantes do Movimento Janeiro Branco foram convidados de forma permanente a participarem das próximas reuniões.
Ainda surgiu nesse encontro a sugestão de convite para representantes do CVV - Centro de Valorização da Vida, da Associação Enloucrescer - Associação de Familiares, Amigos e Usuários do Serviço de Saúde Mental do Município de Blumenau também poderem ser convidados para as próximas reuniões e para poderem contribuir com os trabalhos da comissão.
Veja também:
Vídeo completo da reunião da comissão
Galeria de fotos da reunião da comissão
Fonte: Assessoria de Imprensa CMB | Fotos: Denner Ovidio | Câmara de Blumenau