Diretor da BRK expõe promessas não cumpridas pela Prefeitura e detalha impasses no contrato de esgoto
A
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores de Blumenau,
que apura possíveis irregularidades no contrato de concessão do serviço público
de esgotamento sanitário, ouviu na manhã desta terça-feira (5) o diretor de
Contrato da BRK Ambiental, Cleber Renato Virginio da Silva. Durante a oitiva, o
diretor respondeu aos questionamentos dos vereadores e demonstrou insatisfação
com a não execução, por parte do Município, de obras previstas como
condicionantes do contrato.
A
reunião teve caráter esclarecedor e contribuiu para o aprofundamento das
investigações da comissão, composta pelos vereadores Diego Nasato (NOVO),
presidente; Flávio Linhares – Flavinho (PL), vice-presidente; Egídio Beckhauser
(Republicanos), relator; Bruno Cunha (Cidadania) e Marcelo Lanzarin
(Progressistas). O vereador Professor Gilson de Souza (União Brasil) também
acompanhou a reunião como convidado.
Investimentos
prometidos pelo Executivo: 23,8% não executados
Cleber
resgatou a origem do contrato e explicou que, conforme o edital de licitação, o
Município deveria entregar ao menos 23,8% da infraestrutura de esgotamento já
em funcionamento no início da concessão. Esse trecho deveria ser operado pela
concessionária vencedora, que ficaria responsável pela implantação do restante
da rede até atingir a universalização do serviço.
Segundo
ele, esse percentual de entrega era uma condição precedente da concessão, mas
não foi cumprido. Questionado se a BRK tinha conhecimento disso ao assinar o
contrato, Cleber afirmou que não participou da assinatura, em 2010, e que
documentos anexos ao edital confirmavam o compromisso de que essa parte já
estaria operando.
Aditivo 2 e
reequilíbrio contratual
O
diretor relatou que, no fim de 2012, o aditivo contratual nº 2 estabeleceu um
reequilíbrio: a BRK assumiria as obras no Centro e a construção de duas grandes
estações de tratamento — obrigações que originalmente cabiam ao Município. Já a
Prefeitura ficou responsável pelas obras nas áreas periféricas, com prazo até
maio de 2020.
Como
essas obras municipais não foram realizadas dentro do prazo, a situação foi
sendo repactuada em aditivos posteriores até culminar no aditivo nº 5. A BRK,
segundo Cleber, foi penalizada em 2022 com um desconto de 2,63% na tarifa por
não executar determinadas obras, mas justificou que isso ocorreu por falta de
condições adequadas, de responsabilidade do poder concedente.
Pedido de reequilíbrio
desde 2019
Cleber
explicou que o pedido formal de reequilíbrio econômico-financeiro foi feito
pela BRK no fim de 2019, pois já se percebia que as obras prometidas pelo
Município não seriam entregues. Desde então, a concessionária passou a
documentar a situação e dialogar com a Prefeitura, o Samae e a Agência
Reguladora.
Ressaltou
que a frustração na entrega dessas estruturas foi o principal fator para a
necessidade do reequilíbrio formalizado no aditivo 5, mas não o único. Citou
também novas exigências legais e reforçou que todos os aditivos visam manter a
prestação de serviço com qualidade e equilíbrio contratual.
Outros pontos: Marco do
Saneamento, gestão comercial e limpa fossa
Aditivo
3: Estabeleceu a devolução da gestão comercial do serviço ao Samae, que passou
a ser responsável por leitura dos hidrômetros, entrega das contas e cobrança.
Aditivo
5 e Novo Marco do Saneamento: Cleber destacou que este aditivo foi fundamental
para que Blumenau se adequasse às metas do Novo Marco Legal do Saneamento, que
exige cobertura mínima de 90% até 2033. Com o novo planejamento, o município
deve atingir essa meta antes do prazo, entre 2028 e 2029.
Financiamento
de R$ 310 milhões: O diretor informou que a cidade obteve recentemente um
financiamento para saneamento nesse valor, e que a condição para a liberação do
recurso foi justamente o reequilíbrio contratual previsto no aditivo 5.
Serviço
de limpa fossa: Cleber explicou que, pelas regras do Marco do Saneamento, a
coleta de resíduos deve ser acompanhada de tratamento em estação. E para
contabilizar como meta de cobertura, o serviço deve ser prestado pela
concessionária. Disse ainda que há possibilidade de parcerias com empresas
privadas, desde que atendam a essas exigências.
Próximos passos da CPI
Ao
final, o presidente da comissão, vereador Diego Nasato, informou que, a partir
desta data, os próximos convidados da CPI serão intimados formalmente. A
próxima reunião está marcada para terça-feira (12), às 10h, com membros da
comissão interna do Samae à época do ex-diretor André Espezim.
Galeria de fotos da reunião da CPI
Diretor da BRK expõe promessas não cumpridas pela Prefeitura e detalha impasses no contrato de esgoto
A
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores de Blumenau,
que apura possíveis irregularidades no contrato de concessão do serviço público
de esgotamento sanitário, ouviu na manhã desta terça-feira (5) o diretor de
Contrato da BRK Ambiental, Cleber Renato Virginio da Silva. Durante a oitiva, o
diretor respondeu aos questionamentos dos vereadores e demonstrou insatisfação
com a não execução, por parte do Município, de obras previstas como
condicionantes do contrato.
A
reunião teve caráter esclarecedor e contribuiu para o aprofundamento das
investigações da comissão, composta pelos vereadores Diego Nasato (NOVO),
presidente; Flávio Linhares – Flavinho (PL), vice-presidente; Egídio Beckhauser
(Republicanos), relator; Bruno Cunha (Cidadania) e Marcelo Lanzarin
(Progressistas). O vereador Professor Gilson de Souza (União Brasil) também
acompanhou a reunião como convidado.
Investimentos
prometidos pelo Executivo: 23,8% não executados
Cleber
resgatou a origem do contrato e explicou que, conforme o edital de licitação, o
Município deveria entregar ao menos 23,8% da infraestrutura de esgotamento já
em funcionamento no início da concessão. Esse trecho deveria ser operado pela
concessionária vencedora, que ficaria responsável pela implantação do restante
da rede até atingir a universalização do serviço.
Segundo
ele, esse percentual de entrega era uma condição precedente da concessão, mas
não foi cumprido. Questionado se a BRK tinha conhecimento disso ao assinar o
contrato, Cleber afirmou que não participou da assinatura, em 2010, e que
documentos anexos ao edital confirmavam o compromisso de que essa parte já
estaria operando.
Aditivo 2 e
reequilíbrio contratual
O
diretor relatou que, no fim de 2012, o aditivo contratual nº 2 estabeleceu um
reequilíbrio: a BRK assumiria as obras no Centro e a construção de duas grandes
estações de tratamento — obrigações que originalmente cabiam ao Município. Já a
Prefeitura ficou responsável pelas obras nas áreas periféricas, com prazo até
maio de 2020.
Como
essas obras municipais não foram realizadas dentro do prazo, a situação foi
sendo repactuada em aditivos posteriores até culminar no aditivo nº 5. A BRK,
segundo Cleber, foi penalizada em 2022 com um desconto de 2,63% na tarifa por
não executar determinadas obras, mas justificou que isso ocorreu por falta de
condições adequadas, de responsabilidade do poder concedente.
Pedido de reequilíbrio
desde 2019
Cleber
explicou que o pedido formal de reequilíbrio econômico-financeiro foi feito
pela BRK no fim de 2019, pois já se percebia que as obras prometidas pelo
Município não seriam entregues. Desde então, a concessionária passou a
documentar a situação e dialogar com a Prefeitura, o Samae e a Agência
Reguladora.
Ressaltou
que a frustração na entrega dessas estruturas foi o principal fator para a
necessidade do reequilíbrio formalizado no aditivo 5, mas não o único. Citou
também novas exigências legais e reforçou que todos os aditivos visam manter a
prestação de serviço com qualidade e equilíbrio contratual.
Outros pontos: Marco do
Saneamento, gestão comercial e limpa fossa
Aditivo
3: Estabeleceu a devolução da gestão comercial do serviço ao Samae, que passou
a ser responsável por leitura dos hidrômetros, entrega das contas e cobrança.
Aditivo
5 e Novo Marco do Saneamento: Cleber destacou que este aditivo foi fundamental
para que Blumenau se adequasse às metas do Novo Marco Legal do Saneamento, que
exige cobertura mínima de 90% até 2033. Com o novo planejamento, o município
deve atingir essa meta antes do prazo, entre 2028 e 2029.
Financiamento
de R$ 310 milhões: O diretor informou que a cidade obteve recentemente um
financiamento para saneamento nesse valor, e que a condição para a liberação do
recurso foi justamente o reequilíbrio contratual previsto no aditivo 5.
Serviço
de limpa fossa: Cleber explicou que, pelas regras do Marco do Saneamento, a
coleta de resíduos deve ser acompanhada de tratamento em estação. E para
contabilizar como meta de cobertura, o serviço deve ser prestado pela
concessionária. Disse ainda que há possibilidade de parcerias com empresas
privadas, desde que atendam a essas exigências.
Próximos passos da CPI
Ao
final, o presidente da comissão, vereador Diego Nasato, informou que, a partir
desta data, os próximos convidados da CPI serão intimados formalmente. A
próxima reunião está marcada para terça-feira (12), às 10h, com membros da
comissão interna do Samae à época do ex-diretor André Espezim.
Galeria de fotos da reunião da CPI
